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Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em Mulheres: Compreendendo a Apresentação Leve


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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é frequentemente associado a crianças e adolescentes, mas persiste na vida adulta, especialmente em mulheres, muitas vezes de forma sutil e subdiagnosticada. Em mulheres, o TDAH leve pode manifestar-se predominantemente com sintomas de desatenção, mascarados por estratégias de compensação ou atribuídos a "falta de organização". Este blog detalha os critérios diagnósticos, exemplos clínicos e abordagens baseadas em evidências, destacando a importância do reconhecimento precoce.


Critérios Diagnósticos do TDAH (DSM-5)

O DSM-5 classifica o TDAH em três tipos: predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo e combinado. Em mulheres adultas, a apresentação leve frequentemente se enquadra no tipo desatento, com sintomas que impactam funções cotidianas sem serem evidentes.


A. Padrão Persistente de Desatenção e/ou Hiperatividade-Impulsividade

Para o diagnóstico, os sintomas devem:

  • Persistir por pelo menos 6 meses.

  • Ser inconsistentes com o nível de desenvolvimento.

  • Interferir significativamente na vida social, acadêmica ou profissional.


Sintomas de Desatenção em Mulheres (Exemplos Práticos)

  1. Erros por descuido:

    • Exemplo: Julia, 30 anos, comete erros frequentes em relatórios de trabalho, mesmo revisando.

    • Estudo: Mulheres com TDAH relatam maior frustração em tarefas detalhistas (Quinn & Madhoo, 2014).

  2. Dificuldade em manter o foco:

    • Exemplo: Ana, 25 anos, distrai-se durante reuniões, perdendo informações-chave.

  3. Parecer não escutar:

    • Exemplo: Mariana, 28 anos, é frequentemente questionada se "está ouvindo" durante conversas.

  4. Não seguir instruções até o fim:

    • Exemplo: Carla, 35 anos, inicia projetos domésticos, mas raramente os conclui.

  5. Dificuldade de organização:

    • Exemplo: Fernanda, 40 anos, acumula pilhas de documentos não organizados no home office.

  6. Evitar tarefas que exigem esforço mental prolongado:

    • Exemplo: Larissa, 22 anos, procrastina estudos para concursos, mesmo sabendo da importância.

  7. Perder objetos:

    • Exemplo: Beatriz, 29 anos, perde chaves e celular várias vezes na semana.

  8. Distração por estímulos externos:

    • Exemplo: Rita, 33 anos, interrompe trabalho para checar redes sociais.

  9. Esquecimento de atividades cotidianas:

    • Exemplo: Camila, 37 anos, esquece consultas médicas e pagamento de contas.


Hiperatividade e Impulsividade (Menos Comum, Mas Presente)

Em mulheres adultas, a hiperatividade pode manifestar-se como inquietude interna ou fala acelerada:

  • Exemplo: Patrícia, 30 anos, sente-se "sempre ligada" e interrompe colegas em conversas.

  • Estudo: A hiperatividade em mulheres adultas é menos visível, mas associada a ansiedade (Hinshaw et al., 2012).


Por Que o TDAH em Mulheres é Subdiagnosticado?

  • Estereótipos de gênero: Meninas são socializadas para serem "organizadas", mascarando sintomas.

  • Comorbidades: Sintomas são atribuídos a ansiedade ou depressão (Biederman et al., 2010).

  • Coping mechanisms: Listas excessivas, dependência de agendas ou cafeína para compensar.


Caso Clínico Ilustrativo (TDAH Leve)

Nome (fictício): Luísa, 32 anos, mãe e profissional de marketing.Sintomas:


  • Dificuldade em priorizar tarefas (ex.: atrasa entregas).

  • Esquecimento de reuniões escolares do filho.

  • Sensação de "não dar conta" apesar de esforço.Diagnóstico: Avaliação neuropsicológica confirmou TDAH tipo desatento, com histórico de sintomas desde a infância.Tratamento: Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e orientações para organização reduziram ansiedade em 60%.


Abordagens de Tratamento

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):

    • Foco em técnicas de planejamento e regulação emocional (Safren et al., 2010).

  2. Medicação:

    • Estimulantes (ex.: metilfenidato) ou não estimulantes (ex.: atomoxetina) para melhorar atenção.

  3. Adaptações Ambientais:

    • Uso de aplicativos de organização e divisão de tarefas em blocos.


Conclusão

O TDAH leve em mulheres é uma realidade que demanda atenção clínica. Se você se identificou com os exemplos ou vive em constante "modo sobrevivente", buscar avaliação especializada é o primeiro passo para transformar desafios em estratégias de crescimento.


Agende sua avaliação na Clínica Dra. Aline Vicente e descubra como a neuropsicologia pode ajudar a recuperar o controle da sua vida.


Dra. Aline Vicente Neuropsicóloga | CRP 1220020 📞 (47) 93240-0805 |


Referências Científicas

  • American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

  • Biederman, J. et al. (2010). "Adult ADHD in Women". Journal of Clinical Psychiatry.

  • Hinshaw, S. P. et al. (2012). "TDAH em Meninas: Desfechos na Vida Adulta". Developmental Psychology.

  • Quinn, P. O., & Madhoo, M. (2014). "TDAH em Mulheres: Uma Revisão". Journal of Attention Disorders.


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